A Guatemala teve seu primeiro contato com o cinema em 25 de outubro de 1896 (PARANAGUÁ, 1984), mas seguiu a tendência de outros países da América Latina, de dependência do sistema capitalista internacional, sendo primordialmente consumidora dos produtos audiovisuais estrangeiros. Em se tratando da produção nacional, o cinema mudo iniciou-se como documentário, tendo as primeiras imagens sido filmadas neste país no começo do século XX. Segundo Paranaguá (1984), o primeiro filme de ficção – o curta-metragem Agente nº 13, de Alberto de la Riva – foi feito em 1912. O cinema sonoro só chegaria ao país trinta anos depois. Com o avanço do mercado cinematográfico latino-americano, a Guatemala passa a ter influência de outra indústria cinematográfica: a mexicana.
Entre 1954 e 1986, período em que o país era controlado pelo Exército, o campo cultural guatemalteco sofre grande pressão, tornando escassos os materiais produzidos. Em 1985, um social democrata foi eleito presidente da Guatemala. As condições sócioeconômicas não se modificaram significativamente, porém houve iniciativas cinematográficas por parte da Universidad de San Carlos. Seus estudantes produziram documentários a partir dos anos de 1970, e, além disso, foi fundada a Cinemateca Universitária de San Carlos, com o objetivo de ampliar a cultura cinematográfica (KING, 1984)
O país não apresenta tradição de filmes do gênero musical. Em pesquisa no IMDb, foram encontrados somente dois títulos que se enquadram nesta categoria: La gitana y el charro (1964) e Soy de Zacapa (2011). O primeiro título é uma coprodução Espanha/México/Guatemala, o que corrobora a tese da influência estrangeira no cinema nacional. Já o segundo título, no entanto, merece destaque, pois é uma realização inteiramente nacional, feita na contemporaneidade.
Hanna Nolasco
Referências:
PARANAGUÁ, Paulo Antonio. O Cinema na América Latina: Longe de Deus e perto de Hollywood. Porto Alegre: L&PM, 1984.
KING, John. El Carrete Magico: una historia del cine latinoamericano. Bogotá: TM Editora, 1994.
